Você já se perguntou de onde veio suas roupas?
Em que condições elas foram produzidas?
Qual o nome da pessoa que costurou sua calça, bordou a sua camisa, tingiu a lona do seu sapato?
Quantas vezes você leu a etiqueta de composição e cuidados com a peça?
Quando você descarta uma camiseta, para onde ela será que ela vai?
Se você nunca se fez nenhuma das perguntas, talvez este seja o momento ideal para fazê-las. Repensar a maneira como consumimos é urgente.
Além de ser uma importante atividade econômica global, a moda representa um elo entre arte, cultura e a indústria. Mas também, infelizmente, é um grande mercado acumulador. A boa notícia é que isso vem mudando, e a moda sustentável começa a ser desenvolvida para que haja maior conscientização do quanto e como é produzido, consumido e descartado.
A moda sustentável não um tendência ou estilo, não conseguimos ver se uma roupa é sustentável apenas com os olhos. A roupa sustentável tem a ver com o processo de produção da peça, usando métodos não poluentes ou que minimizem os impactos ambientais. O uso de corantes naturais, de tecidos de fibras naturais orgânicas como algodão ou linho, a preocupação com roupas que sejam duráveis, o reaproveitamento de matéria prima e a reciclagem são algumas das características de marcas sustentáveis. Aliado a tudo isso, vem a responsabilidade social: a moda sustentável se preocupa com a qualidade de vida de seus trabalhadores.
Apesar de muito parecidas, a moda sustentável e a moda consciente não são sinônimos. A primeira passa por seus criadores e marcas, já a segunda é uma responsabilidade nossa, os consumidores.
Como profissional de moda, eu acredito que posso fazer a diferença através do meu trabalho como Consultora de Imagem e Estilo. Você também pode fazer parte desse movimento sendo uma consumidora consciente seguindo essas dicas:
1. Conheça o seu guarda-roupas
Saiba exatamente o que você tem no armário, prove peça por peça e identifique suas necessidades. As roupas devem ser apropriadas para o seu estilo de vida e rotina de trabalho. Não faz sentido acumular peças que não representam quem você é. Mantenha o armário sempre organizado, desta forma você visualiza tudo que tem, evita compras desnecessárias e ainda economiza tempo ao se vestir.
2. Compre menos
Adorou a blusa, mas não vai usá-la pelo menos umas 30 vezes? Deixe-a na loja ou no carrinho (no caso da compra on-line)! Só compre o que realmente for usar, o que tem a ver com seu estilo. Faça uma lista daquilo que precisa e priorize a compra do que você mais usa. Não compre nada para quando – quando eu emagrecer, quando eu for viajar, quando eu…
3. Escolha melhor
Evite os modismos. Leve em consideração a qualidade e não somente o preço. Dê valor aos tecidos mais nobres, escolha design atemporal e opte por peças versáteis que possam ser usadas em várias ocasiões, como a regata que vai do trabalho para a festa. Imagine sempre mais de três possibilidades de look para o mesmo item.
4. Faça durar
Cuide bem do que você tem! Preste atenção às recomendações de cuidados da roupa: lave, passe e guarde-as de maneira adequada. Desta forma elas vão durar mais e você precisará comprar menos. Esse é o ciclo virtuoso do consumo consciente.
5. Conserte e transforme
Consertar pequenos defeitos e fazer ajustes podem aumentar a vida útil de muitas peças. Alguns você mesma pode fazer, como trocar os botões de um antigo blazer, transformar uma calça jeans em uma bermuda ou customizar a t-shirt básica com pedrarias. Se você não leva jeito pra isso, procure uma costureira, alfaiate ou um artesão no seu bairro ou na sua cidade. Além de consertos, eles podem criar modelos exclusivos, e você ainda ajuda o pequeno negócio local.
6. Frequente brechó, bazar e afins
Esqueça o conceito de mercado de pulgas, com roupas velhas e desgastadas. Atualmente os brechós são lojas com muita variedade e ótima curadoria. A grande vantagem dos brechós é o preço mais baixo, além da possibilidade de encontrar peças vintages e exclusivas. E você também tem a possibilidade de vender as suas peças nessas lojas. Outra boa opção é juntar a família e amigos e fazer um bazar de venda ou troca de roupas!
7. Informe-se!
Existem muitas maneiras de saber se uma marca é sustentável ou não, pesquise antes de comprar. Existem marcas nacionais e internacionais muito transparentes quanto aos seus processos de produção. O movimento Fashion Revolution incentiva a transparência, sustentabilidade e ética na indústria da moda por meio de conscientização, mobilização e educação. Vale conhecer.
Lembre-se: a responsabilidade sobre nosso planeta e a sociedade é de todos nós.
Um beijo e até a próxima.